Para que possamos falar do Ultra-Romantismo, precisamos primeiro entender seu estilo maior, o Romantismo. A principal característica do Romantismo em seus três períodos é o sentimentalismo; a supervalorização das emoções pessoais: nesse estilo é o interior humano que conta, o subjetivismo. À medida que a busca dos valores pessoais se intensifica (como o culto do individualismo), perde-se a consciência do coletivo social. A excessiva valorização do "eu" gera o egocentrismo: o ego como centro do universo. Evidentemente, surge aí um choque entre a realidade objetiva e o mundo interior do poeta. A derrota inevitável do ego produz um estado de frustração e tédio, que conduz à evasão romântica. Seguem-se constantes e múltiplas fugas da realidade: o álcool, o ópio, os prostíbulos, a saudade da infância, as constantes idealizações da sociedade, do amor, da mulher. O romântico foge no tempo e no espaço. No entanto, essas fugas têm ida e volta, exceção feita à maior de todas as fugas românticas: a morte.
Houve uma sensível mudança no comportamento dos autores românticos: há algumas semelhanças entre os autores de um mesmo período, mas a comparação entre os primeiros e os últimos representantes, revela profundas diferenças. No Brasil, por exemplo, há uma distância considerável entre a poesia de Gonçalves Dias (primeira geração - Indianista ou Nacionalista), deÁlvares de Azevedo (segunda geração - Ultra-Romantismo) e de Castro Alves (terceira geração - Condoreira). Por isso há a necessidade de se dividir o Romantismo em gerações.
Características Gerais
Apesar de ser considerada por muitos, uma tribo urbana, a cultura obscura não se caracteriza necessariamente pela coletividade, mas principalmente pela individualidade. Uma vez que se aborda personalidades e comportamentos que tendem a encontrar expressões artísticas comuns.
Desse modo, não há um conjunto específico de influências, regras ou doutrinas pré-estabelecidas. Porém, alguns pontos podem sugerir um "contramovimento social". Por exemplo, há na sociedade, de um modo geral, uma busca intensa pelo mercantilismo, a indução selvagem ao status e a exploração da arte pelo consumismo. A cultura obscura contraria essas tendências, contrapõe-se aos rótulos e modismos, choca-se com ideais consolidados e valoriza, sobretudo, a arte e a expressão individual.
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